Os Frades Franciscanos da Imaculada são uma ordem religiosa de carisma contemplativo e também missionário fundada pelos sacerdotes franciscanos conventuais, em 2 de agosto de 1970, Padre Estefano Maria Pio Manelli - ou Pe. Estêvão, como é comumente ser chamado aqui no Brasil e que viveu de perto a vida do São Pe. Pio de Pietrelcina - e o Pe. Gabriel Maria Pelletieri.
 
Estes dois frades sentiram o chamado de viverem na mais exata observância das Regras e Constituições, com um regulamento de vida chamada Trilha Mariana de Vida Franciscana, assim como também as Freiras, baseiam-se no propósito de viver na obediência, pobreza e castidade de São Francisco de Assis, Santa Clara de Assis e São Maximiliano Kolbe, obtendo a licença de iniciar esta vida mais próxima de suas origens em São Francisco de Assis e fortemente Mariana. A forte característica que deu origem a este novo instituto francisco é a total devoção e consagração à Santíssima e Imaculada Virgem Maria, chamado de Voto Mariano, na qual os permite viverem no mais puro amor a Virgem Imaculada.
 
- Eis que aqui contarei alguns pontos de como foram os dias acompanhando os Frades Franciscanos da Imaculada em sua rotina, trabalhos e vivendo num profundo estado de oração e penitência dentro do convento.
 
 
(Convento dos Frades Franciscanos da Imaculada - Anápolis, agosto de 2013. À direita o Santuário em construção.
  Foto: Felipe de Luna.)
 
Às portas do terceiro milênio, os Franciscanos da Imaculada nascem como uma resposta ao Conselho do Decreto Perfectae caritatis, chamando o religioso a um "retorno às origens". Além da Regra Bollata  da Ordem dos Frades Menores, os Franciscanos da Imaculada professam a Traccia  Mariana de  vida franciscana.
 
Foto: Felipe de Luna
- Anápolis, agosto de 2013.
 
O dia no Convento dos Frades Franciscanos da Imaculada se inicia com as orações matinais ao bater do sino, para os frades às 04h45, quando ainda encontram-se escuros os corredores que comportam as celas dos Irmãos. O silêncio paira pelo claustro do convento, de modo que não se percebe que existem religiosos vivendo naquele lugar. Para São Francisco o silêncio é tido como uma graça proveniente da prodigalidade do próprio Deus, é uma dádiva divina que o frade deve esforçar-se para manter. Para São Francisco, é mais do que uma questão de calar ou falar, diz respeito à disposição daquele que, em todas as situações da vida, está continuamente preocupado em escutar aquela palavra que brota, continuamente, do âmago do silêncio abismal de Deus. 
 
Belos sinais religiosos inebriam todos os cantos do convento: lindas imagens do Crucificado, da Cruz de São Damião, Nossa Senhora, São José, São Maximiliano Maria Kolbe, São Pe. Pio, São Francisco de Assis e muitas outras. 
 
A cada porta que se passa pelos corredores, vê-se uma meditação diferente feita por algum santo. "A virtude da paciência é o sinal externo de que "eu" estou numa alma e ela em "mim" (Santa Catarina de Sena), escrito na porta de minha cela. Em silêncio, como exige a índole contemplativa da vida franciscana, todos seguem em direção a igreja para iniciarem as Liturgias das Horas, com as Laudes, pólo inicial do Ofício Cotidiano, destinadas a santificar o tempo da manhã, consagrando a Deus as primeiras atividades do dia que começa. Inicia-se com a Invocação Inicial: Deus vinde em meu auxílio... e o Glória, Hino, Salmodia, uma Leitura breve, Responsório, Cânticos, Preces, Pater Noster, a Oração conclusiva e a Bênção, feita pelo Pe. Superior do convento.
 
Foto: Felipe de Luna.
 
Após as primeiras orações das Liturgias das Horas, é celebrada a Santa Missa,  feita com tamanha virtude e piedade. A cada momento podia-se perceber o celebrante se deixando demonstrar o imenso amor pelo Santo Sacrifício. Quantas graças são recebidas ao assistir uma Missa com tamanha piedade como esta! Decerto como o padre Superior contou-me uma vez: "isto aqui é um pedacinho do céu, não acha?"
   
Após a Santa Missa, os Irmãos se reúnem para a oração do primeiro Terço do dia - e até o fim do dia são rezados 4 Terços, contemplando Mysteria Gaudiosa, Luminosa, Dolorosa e Gloriosa. A visão da escola franciscana explica porque é grande a veneração a Maria, promovido pelos filhos de São Francisco ao longo dos séculos. “As igrejas, conventos e mosteiros fundados por eles constituem um ‘céu estrelado’ no qual brilha intensamente a imagem de Maria”.
 
 
Em procissão seguem ao refeitório entoando o cântico da Ave Maria em latim que ecoa por todos os corredores do claustro de forma belíssima. Os irmãos oram e sentam-se para a refeição com o alimento aprovisionado pela Providência Divina através das famílias e benfeitores do convento. A Providência jamais deixou que faltasse nada necessário para o convívio dos humildes irmãos franciscanos. Todos eles, pela graça de Deus e intermédio da Mãe Imaculada são repletos da graça vivificante espiritual e corporal, que os mantém vividos a oferecer seus duros trabalhos, adorações e penitências ao Senhor e exaltar, continuamente, o nome de Maria, Nossa mãe.
 
"O trabalho com amor, nunca se cansa - Santo Agostinho"
 
Ao término da refeição, assim como na hora Hora média, o Padre Superior designa as ordens aos irmãos dos trabalhos que irão executar durante o dia, das missões que deverão fazer fora do convento, dos horários de estudos e dos horários de adoração ao Santíssimo Sacramento nos dias determinados. Os
 
frades e irmãos franciscanos devem viver em completa harmonia uns com os outros, ajudando uns aos outros nos trabalhos e afazeres da vida conventual. Assim, até para se limparem os pratos e talheres sujos das refeições, o frade mais alto na hierarquia conventual, o Padre Superior, ajuda e serve até o irmão mais jovem do convento com grande humildade e amor. Pois como é dito na Regra de São Francisco: "pois assim deve ser, que os ministros sejam servos de todos os irmãos."  e ainda mais: "para que, sempre súditos e sujeitos aos pés da mesma santa Igreja, firmes na fé católica, guardemos a pobreza e a humildade e o santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo como firmemente prometemos." Na foto ao lado, o Pe. superior João Paulo e Irmãos franciscanos da Imaculada visitando a família de amigos benfeitores e buscando ajudas para o convento.
 
 
Claustro de Nossa Senhora. Foto: Felipe de Luna.
 
Claustro de São José. Foto Felipe de Luna
 
Além das orações e trabalhos, os Franciscanos da Imaculada também possuem o seu horário reservado de lazer semanal. Uma vez por semana, os Irmãos têm um tempo para recreação, na qual incluem atividades como música, descanço e até mesmo um futebol fraternal!
 
A noite se finaliza com a última oração da Liturgia das horas, as "Completas", Exame de Consciência e a Bênção Final, para se dirigirem às suas celas e descançar, esperando um novo dia de orações e trabalhos que serão oferecidos a Deus.
 
Foto: Felipe de Luna
 
 
O convento dos Frades Franciscanos da Imaculada ainda possui uma rádio católica local
 
em Anápolis - chamada Voz do Coração Imaculado, com uma gama de programações diárias feitas por uma equipe constituída por religiosos e leigos, como o Padre João Paulo, Frade Superior do Convento dos Franciscanos da Imaculada, que faz a programação "Caminhando com Maria"; Padre Fabio e Padre Jacob, com a programação "Família, viva a tua missão"; Padre Sávio, com o "Verdades da Fé"; Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz, com o programa "Pró-Vida" e muitos outros, na qual você pode conferir clicando aqui.
 
Ouça ao vivo a Rádio clicando aqui.
 
Isto tudo é apenas um pouco da vida dos Frades Franciscanos da Imaculada. Um pouco do seu modo humilde e paciente nas difíceis tarefas de seu dia-a-dia. Um pouco do modo de ser súditos, que por amor a Deus, renunciaram à própria vontade, deixando suas famílias e tudo o que possuíam, para única e exclusivamente servir e louvar ilimitadamente Nosso Senhor Jesus Cristo e Maria, Nossa Mãe Imaculada.
 
Rezemos pelos Franciscanos da Imaculada para que professem com fidelidade seu múnus religioso e que se mantenham firmes até o fim!
 
 
"AQUELE QUE PERSEVERAR ATÉ FIM, ESTE SERÁ SALVO" (Mt 10, 22)
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"A partir da teologia franciscana sobre Maria, pode-se ilustrar a dignidade, as prerrogativas e a presença de Maria na história da salvação: sua divina maternidade, sua virgindade, sua imaculada concepção, sua assunção ao céu em alma e corpo, sua colaboração na redenção do gênero humano, sua função de mediadora e distribuidora de graças, sua condição de rainha do universo, dos anjos e dos homens."